A história de dois corpos
Quis tantas vezes escrever essa história, mas a garganta travada paralisava minha escrita. Era o medo que - algumas vezes - se apresentava como fantasmas domésticos; daqueles que a gente cria como desculpa para não ter que viver de novo.
Viver é mesmo um risco!
Talvez a história não tenha ganhado corpo e papel até agora porque - pela primeira vez - eu não tenho certeza de nada. O que tenho na minha frente não se parece com nada do que eu planejei ou sonhei.
É tudo o que meu corpo e emoções desejam!
Essa é a primeira história em que não encontro sinais ou motivos para prever um desfecho; eu não faço ideia de como e aonde isso tudo vai resultar. É pela primeira vez também estou com pés no chão, mas de olhos fechados.
Viver é mesmo um risco! Essa frase volta com frequência para minha boca.
É isso! Essa é um história que está sendo escrita por todos os meus sentidos, mas minha cabeça tem menos controle do que desejava. As palavras que não planejei, saem da minha boca, assumindo o controle de tudo.
Uma história que não está sendo escrita por mim! Que dificilmente poderei colocar no papel porque ela está sendo vivida pelo corpo e pela alma, e não pela razão.
Viver é mesmo um risco! A história que escrever está sendo vivida por nossos corpos que se afetam e se comovem com todas as oportunidades que a vida nos oferece.
Prefiro abrir mão do texto que ensaiei tantas vezes para entrar nesta aventura intensa e imprevisível que é estar inteira com você.
Comentários