Os caminhos dos afetos





Os afetos que nos arranham e nos ensinam pelo caminho...

Estou sentindo todos os anos que vi e vivi nestes últimas dias; as casas de palafitas de madeira, suas tantas janelas que me faziam recordar o parentesco com o primo rico das 11 janelas. Ainda sinto o calor que entrava por várias janelas da casa-escola e arrepiava os pelos do meu corpo, grudava em minha pele e agitava meu coração pela proximidade das ansiedades e necessidades humanas.

Estou sentindo que ganhei anos de aprendizado nestes últimas dias; os olhos famintos de homens e mulheres jovens que desejam mais do que a terra pode dar; a história  de cidades sufocadas pela ganância; o colorido das tradições registradas nas roupas e acessórios das senhoras que guardavam em seus olhos estórias sem fim. Sensação de distanciamento e de - ao mesmo  tempo - fazer parte de tudo aquilo ao redor.

Os afetos que nos arranham e desnorteiam pelo caminho...

" O mundo pra mim ficou perto".

Ganhei a liberdade de ver o mundo ao meu redor e sentir as fragilidades que não são só minhas; os medos que adquirimos pelo caminho e a solidão que se compartilha no silêncio. Ganhei anos de vida nestes últimas dias quando percebi que independente do lugar em que eu esteja, nunca estarei sozinha. Existem vidas inteiras ao meu redor e suas histórias e sorrisos me alimentam a alma. Existem vidas diversas dentro de mim e que se manifestam quando entro em contato com outros.

Tenho uma vida inteira que se ela me alimenta com as emoções e reflexões que encontro pelos caminhos.

Bom poder ir e bom poder voltar...

"Agora aprendi porque o mundo dá volta; quanto mais a gente se solta, mais a gente fica no mesmo lugar".




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