Memória em mim


Tenho gosto metálico na boca, e cuido para não engolir essa dor novamente. Vejo a história sendo apagada, e minha alma delicada sofre pela frieza de páginas viradas. Não me conformo com a morte de nada, isso está claro para mim. Não sou nada a sua volta agora e o que me resta é confirmar que nunca existi a todos que me perguntam. Não vou mais contrariar você. Finjo para todos, mas todas as noites refaço a história para mim, agora só com meus traços, e me acalmo por acreditar que minhas palavras sempre farão existir um amor que senti por inteiro. Estou viva e meu coração me suplica existência e cuidado.

Tenho gosto metálico na boca, e tento não engolir essa dor novamente; não vou mais forjar força nenhuma; perdoem todos que esperam de mim uma força que tenho que mentir. Não vou mais fingir, minha fragilidade está na superfície e qualquer um pode ver.

Meu interior humano, minha natureza feminina me faz acreditar que existe beleza em tudo; nos sonhos, nas fragilidades, e até nestas dores.

Ainda não me conformo com o que não é profundo e intenso...

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