Cotidiano

Todo dia...todo dia...

Pego o caminho São Sebastião, passo pela casa São Francisco, vejo o Cristo pelos muros floridos da rua Alice. Todos os dias desço do mesmo ônibus, no mesmo ponto e quase cumprimento os vizinhos idosos na fila do banco, o dono da barraca que vende pedaços de carnes ao ar livre, bem ao lado de uma escola pública. Todos os dias passo pelo mesmo grupo de mendingos e já imagino a fala dura da mulher com o homem que abaixado cata no chão o que lhe é útil.

Não sei quantas vezes já vi e presenciei esse mesmo casal fuçando os sacos de lixos do bairro, mas hoje a cena que me tirou da rotina foi a descoberta de um pote ainda cheio de hidratante. Vi aquele homem sofrido pela condição e pela dureza da relação catar um vidro como quem descobre uma jóia.

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