Estranhamento





Eu me estranho - e cada vez mais - os objetos olham pra mim e me acusam. Os livros empoeirados, o prato esquecido na mesa, o berimbau, o violão, a máscara, o espelho. Existem dias de estranhamento, de eu recusar a eficiência e o sucesso e me entregar ao prazer de também não ter o que se espera, de não ser feliz pelas coisas mais óbvias... São nesses momentos de estranhamento que eu me reavalio; são nesses momentos que eu me redescubro e percebo que tenho uma vida em silêncio que salva, me resgata de qualquer coisa que não venha de mim.

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