Soneto ao cálculo biliar

É muito chato sentir;
É tudo muito típico;
O mesmo gosto azedo na boca;
Lá vem ele de novo;
Me apavorar.
E é tudo nojentamente familiar.

Cada bolha de ar, passando;
Eu sinto.
Cada vazio, solto no corpo;
Eu sinto.
Ele resolve morar em mim;
E diminuir meus passos;
Até parar.

Eu resisto, estou no controle;
O que posso, farei, para disfarçar;
Maldito transtorno!
Quero que ele vá;
Inquilino asquerozo!
Sou solteira, jovem e amante da vida
Ele é casado com a morte
Velho conhecido do passado
E amante do sofrimento.

Quero e exijo que vá!

Por, Glaucia Mitoso

Comentários

Postagens mais visitadas