Aprendiz

Ele fechava meus olhos e me guiava com sua mão pelo nosso corpo para que eu perdesse o medo do meu sexo, o medo que aprendi desde de pequena, o temor da natureza, daquilo que não posso deter: o impulso, o desejo e o prazer.
Ele abria os meus olhos e me fazia enxergar o reflexo de nossos corpos para que pudesse ver que não havia pecado e que era bonito mesmo de se ver o desenho que fazíamos na parede. Eu gostava de tudo, das suas mãos, do jeito como percorriam pelo meu corpo com desejo, do nosso retrato na parede, das curvas que percorríamos juntos
Eu me descobria nele, em mim e ia - aos poucos - assumindo que eu poderia ser quem eu quisesse, sem condenações, lamentos ou arrependimentos.
Aos poucos eu deixava de ser muda, já não tinha vergonha das palavras, dos gestos, dos beijos...

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