A loucura
Não posso deixar de ouvir os gemidos dela no apartamento aqui ao lado. O som é de quem tem ossos contorcidos, talvez esmagados...alguém sob tortura. Tenho pavor por ela, tenho medo por mim, porque consigo me lembrar de como ela era no passado, e nem tem tanto tempo assim. Eu via seu sorriso, ouvia sua simpatia em um 'bom dia" matinal.
Eu me assusto mesmo quando ouço seus gritos; sua face magra pela loucura, seus poucos dentes, as portas rangendo de velhas que estão. E nem tem tanto tempo assim, por isso eu temo por mim também, porque o tempo passou igual para nós...ela teve suas perdas; já não a vejo de mãos dadas com ele, como fazia antes. Acho que foi a morte dele que a fez ficar assim, outra.
Não me canso de chorar assustada de manhã ao ouvir seus gritos, parece que ela grita com seus fantasmas, com a morte, com a solidão. Temo por ela, sofro por mim porque nossas paredes são grudadas, a mesma calefação nos alimenta.
Eu me assusto mesmo quando ouço seus gritos; sua face magra pela loucura, seus poucos dentes, as portas rangendo de velhas que estão. E nem tem tanto tempo assim, por isso eu temo por mim também, porque o tempo passou igual para nós...ela teve suas perdas; já não a vejo de mãos dadas com ele, como fazia antes. Acho que foi a morte dele que a fez ficar assim, outra.
Não me canso de chorar assustada de manhã ao ouvir seus gritos, parece que ela grita com seus fantasmas, com a morte, com a solidão. Temo por ela, sofro por mim porque nossas paredes são grudadas, a mesma calefação nos alimenta.
Comentários