Vícios
Primeiro, ele fumava um cigarro nos momentos de saudade porque lembrava o gosto do beijo dela. Ele odiava seu cigarro, mas havia se acostumado ao gosto misturado de cigarro com o chiclete de quando ela o beijava. E seus beijos eram tão fortes que ele passou a estranhar menos o gosto do cigarro. Ele fumava um cigarro que parecia não terminar nunca; era o tempo em que ele lembrava com prazer do rosto da sua mulher, suas curvas, sua pele, os momentos de paixão.
Depois ele passou a fumar para disfarçar a ansiedade por não tê-la mais com tanta frequência. Fumava como quem bebe inquieto uma copo de vinho. E o número de cigarro havia dobrado, ele já não o saboreava com o prazer de antes, nem esperava que um terminasse...
Depois ele passou a fumar como quem troca os vícios. Ele já não a tinha e fumava com a melancolia de não poder mais beijar aquela boca, o corpo manchado da mulher branca. Ele fumava como quem bebe um copo de cachaça.
Depois ele passou a fumar para disfarçar a ansiedade por não tê-la mais com tanta frequência. Fumava como quem bebe inquieto uma copo de vinho. E o número de cigarro havia dobrado, ele já não o saboreava com o prazer de antes, nem esperava que um terminasse...
Depois ele passou a fumar como quem troca os vícios. Ele já não a tinha e fumava com a melancolia de não poder mais beijar aquela boca, o corpo manchado da mulher branca. Ele fumava como quem bebe um copo de cachaça.
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