Meu vaso de minicactos
Li o texto do Frei Beto e uma pequena passagem de "Passeio Socrático" trouxe a minha lembrança um fato corriqueiro. "Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa- e não apenas as pessoas - tem alma". Fiquei pensando nesse fragmento e lembrei-me de um fato corriqueiro que aconteceu há alguns meses, mas que despertou minha curiosidade. Sáí para comprar flores, como gosto de fazer e acabei comprando um pequeno vaso de cactos, ou melhor, um vaso de minicactos, mas quando o comprei não sabia muito bem onde colocá-lo; é óbvio que minha dúvida não era pelo seu tamanho, mas por nunca ter me interessado antes por cactos. Já comprei crisântemos- na verdade eu amo ter crisântemos amarelos em minha janela – já escrevi e amei muito girassóis, rosas brancas, margaridas e toda uma família de herbáceas, mas nunca havia desejado uma espécie das cactáceas.
Comprei o vaso de cactos e quando já estava chegando a minha casa – de uma forma súbita e inexplicável – soube onde aquele pequeno vaso ficaria. Lembrei de uma prateleira de canto que comprei para colocar a foto do meu irmão que nos deixou e quando estava voltando com o cacto para casa, eu só pensava naquele lugar. Assim que cheguei coloquei o pequeno vaso a lado da foto do pequeno anjo-irmão.
Hoje o meu minicacto fica lá na prateleira, acima do retrato do meu irmão. Todos os dias, quando chego a casa cansada eu olho para eles; olho para meu cacto que me ensina coisas que pessoas não conseguiram dizer. E agora leio e faço conexões com o texto do Frei Beto; meu cacto tem alma e fala comigo através das nossas histórias. Olho para ele e entendo que posso ter vida, continuar verde e vigorosa apesar do momento de escassez, dos momento áridos, dos períodos de dor e solidão.
Leticia Calhau.
Comprei o vaso de cactos e quando já estava chegando a minha casa – de uma forma súbita e inexplicável – soube onde aquele pequeno vaso ficaria. Lembrei de uma prateleira de canto que comprei para colocar a foto do meu irmão que nos deixou e quando estava voltando com o cacto para casa, eu só pensava naquele lugar. Assim que cheguei coloquei o pequeno vaso a lado da foto do pequeno anjo-irmão.
Hoje o meu minicacto fica lá na prateleira, acima do retrato do meu irmão. Todos os dias, quando chego a casa cansada eu olho para eles; olho para meu cacto que me ensina coisas que pessoas não conseguiram dizer. E agora leio e faço conexões com o texto do Frei Beto; meu cacto tem alma e fala comigo através das nossas histórias. Olho para ele e entendo que posso ter vida, continuar verde e vigorosa apesar do momento de escassez, dos momento áridos, dos períodos de dor e solidão.
Leticia Calhau.
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