A morte necessária

Gostei desse título. Seria melhor que nenhuma morte fosse necessária, seria melhor pensar assim. Infelizmente preciso me acostumar com a idéia de que a morte seja necessária para que algumas mudanças aconteçam.
Hoje preciso morrer um pouco, preciso me acostumar com a rejeição, preciso que morram minhas certezas para que algo novo floresça. Não importa o resultado, preciso mesmo é me acostumar com a morte; a morte do que amo muitas vezes, morte de meus padrões, morte do ideal que criei para mim, morte de uma imagem que não é fiel ou honesta.
Hoje morreu uma esperança, uma chance de descobrir quem eu poderia ser verdadeiramente, mas não posso me concentrar na dor por perder, mas entender o que isso gerou em mim.
Depois que sofri minha primeira morte não pude mais me reconhecer em mim mesma, e agora sofro uma nova mudança a cada dia. São mortes sucessivas que abrem minha mente para uma nova vida.
Perdi meu irmão e quando olhei para trás não pude reconhecer quem eu era. Entendo agora que sou generosa comigo quando não me cobro tanto e quando aceito as mudanças com naturalidade.
Preciso aprender a sofrer menos com a rejeição, com a perda e com aquilo que não é eterno, ou mesmo certo em mim.

Comentários

Anônimo disse…
Oi, Lê.
Adorei seu texto, de verdade. Você tem um quê de Clarice hein...rs. Não estou sendo irônica, estou me referindo ao tratamento do tema psicológico.
Sua abordagem da morte me lembrou a "coisa do ciclo" da natureza. É preciso que haja morte para que uma nova vida surja, para que a mudança ocorra. Por mais que ela cause dor, o resultado pode ser muito satisfatório. Se não for, a aprendizagem já terá valido a pena.
Um beijo enorme:-)
Toni disse…
Toda morte é necessária, seja física ou psicológica.
É como a pimenta do pé, que depois de morta, cai na terra e dá origem a outro árvorezinha... Lembra?
O que não podemos é ficar preso a essas coisas que vão - é preciso ter muita coragem pra deixar que vire só saudade, nada mais.
Todas as coisas que morrem assim o fazem para que algo maior aconteça. Se não aceitamos isso não evoluimos.
...
Gostaria de um outro final para este post! Espero que assim seja algum dia!
Beijo!
Toni.

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