Identidade

Sua jaqueta, seu violão, sua pressa, sua sede por ganhar a vida, seus lenços, sua rebeldia. Eu não estive atenta ao que você precisava, aos seus anseios, sua revolta, seus medos.
A busca pela liberdade, o seu desapego e despreocupação com as coisas imediatas, a falta de compromisso. Eu não estive atenta aos sinais, não vi que você vivia a vida como quem vai deixá-la cedo demais e não tempo para perder.
Seu amor pela música, seu computador, suas chaves, seus discos, tudo ficou por aqui e sem vida, mas vejo você em cada uam das suas coisas.
Seu eu tivesse prestado mais atenção ao seu olhar, saberia melhor o que estava passando, seu medo de partir, sua insegurança em deixar todos por aqui. Se eu tivesse visto os sinais, se eu pudesse entender que aquele seu olhar de tristeza era o sentimento de que partiria. O seu olhar agora faz falta, tento lembrar o que cada gesto seu poderia terdito para mim...o seu olhar agora faz falta. Queria responder aos seu olhar com um abraço forte, ou apenas segurar sua mão. Seu olhar de menino faz falta, a vida e identidade já não existem em seus objetos pessoais. O seu olhar, meu irmão, é o que mais faz falta.