Jardim do Méier
Jardim do Méier
Há tempos não visitava um jardim, um parque. Fazia isso com muita freqüência, buscava um lugar em que pudesse ficar quieta e só ouvir o silêncio da natureza. Foram esses momentos que deram origem a muitas de minhas prosas. Minha relação com a natureza sempre foi um tipo de conexão com o que é divino, sempre senti como seu o melhor de mim fosse revelado; minha essência, minha esperança.
Estranho é pensar que voltei ao Jardim do Méier um dia e fiquei somente observando as pessoas que viviam naquele ambiente, vi um casal trabalhando com uma daquelas câmeras fotográficas antigas, vi alguns idosos jogando nas mesas da praça. Vi pessoas entrando e saindo do hospital próximo. E fiquei assim, observando por horas. Senti uma tranqüilidade, como se toda pressão da vida, todo cotidiano difícil e sufocante tivesse ficado para trás. Senti uma alegria, a alegria que às vezes me tomava, a alegria de viver, de poder sentir e ter esperanças em um mundo de liberdade e amor.
Hoje não entendo mais nada, poucos dias depois, em frente ao Jardim do Méier, na rua da Fé, meu pequeno irmão morreu. Entorno daquele lugar em que refiz meu espírito, meu amor pela natureza, em que senti esperança, e amor pela vida. Naquele lugar senti a maior de todas as dores que já senti, vi meu coração quebrar e toda minha esperança se esvair. Gritei por Deus, clamei por vida, clamei por misericórdia, por poder compartilhar com meu irmão a esperança que senti naquele Jardim. Existem mistérios que fogem do meu entendimento.
Senti tanta coisa naquela madrugada em que vi meu irmão perder toda vida que tinha. Entendi que nunca entenderei o mistério da vida e da morte, e essa pequena distância que os separa. Só posso sentir, sentir a vida, sentir a morte. Só posso entender que preciso viver com meus outros amados essas sensações que a vida aqui ainda nos reserva. Só posso entender que de nada adianta essa corrida por sucesso, por feitos, por realizações. Nossas maiores realizações estão nas pequenas coisas e ao lado das pessoas que amamos.
Meu desejo hoje é que o Jardim do Méier, com suas surpresas e mistérios seja apenas um reflexo daquilo que hoje o Márcio está usufruindo. Minha esperança é que o Jardim de Deus seja tudo aquilo que sempre desejamos. Minha esperança é que a vida que ele perdeu não se compare a que hoje ele vive.
Há tempos não visitava um jardim, um parque. Fazia isso com muita freqüência, buscava um lugar em que pudesse ficar quieta e só ouvir o silêncio da natureza. Foram esses momentos que deram origem a muitas de minhas prosas. Minha relação com a natureza sempre foi um tipo de conexão com o que é divino, sempre senti como seu o melhor de mim fosse revelado; minha essência, minha esperança.
Estranho é pensar que voltei ao Jardim do Méier um dia e fiquei somente observando as pessoas que viviam naquele ambiente, vi um casal trabalhando com uma daquelas câmeras fotográficas antigas, vi alguns idosos jogando nas mesas da praça. Vi pessoas entrando e saindo do hospital próximo. E fiquei assim, observando por horas. Senti uma tranqüilidade, como se toda pressão da vida, todo cotidiano difícil e sufocante tivesse ficado para trás. Senti uma alegria, a alegria que às vezes me tomava, a alegria de viver, de poder sentir e ter esperanças em um mundo de liberdade e amor.
Hoje não entendo mais nada, poucos dias depois, em frente ao Jardim do Méier, na rua da Fé, meu pequeno irmão morreu. Entorno daquele lugar em que refiz meu espírito, meu amor pela natureza, em que senti esperança, e amor pela vida. Naquele lugar senti a maior de todas as dores que já senti, vi meu coração quebrar e toda minha esperança se esvair. Gritei por Deus, clamei por vida, clamei por misericórdia, por poder compartilhar com meu irmão a esperança que senti naquele Jardim. Existem mistérios que fogem do meu entendimento.
Senti tanta coisa naquela madrugada em que vi meu irmão perder toda vida que tinha. Entendi que nunca entenderei o mistério da vida e da morte, e essa pequena distância que os separa. Só posso sentir, sentir a vida, sentir a morte. Só posso entender que preciso viver com meus outros amados essas sensações que a vida aqui ainda nos reserva. Só posso entender que de nada adianta essa corrida por sucesso, por feitos, por realizações. Nossas maiores realizações estão nas pequenas coisas e ao lado das pessoas que amamos.
Meu desejo hoje é que o Jardim do Méier, com suas surpresas e mistérios seja apenas um reflexo daquilo que hoje o Márcio está usufruindo. Minha esperança é que o Jardim de Deus seja tudo aquilo que sempre desejamos. Minha esperança é que a vida que ele perdeu não se compare a que hoje ele vive.
Comentários
Não importa a vida que seu irmão teve aqui - ele não vai mais voltar. E também não importa (por enquanto) onde ele está, porque não conseguiremos ir até lá. Importa é isso o que você fez: sentir as pessoas que ainda estão conosco. E saber que todas, inclusive você, partirão um dia. Pra onde? Não sei, mas sinto que importa ser lembrado como uma pessoa querida, que soube olhar o mundo da melhor maneira e apreciar o que há de bom em viver.
Essa terra é passageira. Leve nas suas lembranças tudo o que ama. Não espere ficar pra sempre.