Bala perdida - fatos marcantes
Fatos que marcaram minhas duas últimas semanas.
“Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria arfada, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.”
Li esse texto em Laços de Família, e veio então a memória do documentário Falcão, meninos do tráfico. Lembrei de uma cena marcante, na qual um menino adolescente descreve a fragilidade e efemeridade de sua vida. Um dia depois li esse trecho em Clarice: “Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma”
Lembrei do menino, pensei na luta da galinha pela vida, a comparação de realidades que deveriam ser tão distantes. Mas ele é um ser vivo, a galinha também.
Não sei o que mais pensar depois disso...
Lembrei na minha dor e questionei como posso sofrer uma dor solitária, enquanto um mundo ainda mais solitário morre em condições subumanas. Lembrei como minha dor, gerado pelo amor que sinto por eles que se foram pode ser transformada em ações de caridade, amor e doação.
Já estava esquecendo, para completar esse quadro de momentos de revelações, fui assistir uma peça-protesto contra a violência. Um grupo de jovens atores que se juntaram para protestar contra os vários tipos de violência, e mais uma vez lembrei da galinha, da efemeridade, do menino, da morte. A peça mostrou que a omissão também é uma violência cruel, e que nos agride diariamente como uma bala perdida.
Em meio a tantas revelações, momentos epifânicos, reli meinino à bico de pena e pensei mais uma vez nesse menino do tráfico, e como eu poderia escrever uma história diferente. Percebi que um gesto amigo foi fundamental para a mudança em meus pensamentos. Em meio a minha dor, e a convulsão de idéias, alguém simplesmente mostrou que eu era importante, e como toda minha dor poderia se tranformar em vida.
Volto a respirar, a desejar vida para mim e para os outros. Não vou deixar minha dor fazer de mim alguém cego e amargo, sei que tenho muito para dar aos que não são vistos, e estão esquecidos pela sociedade.
“Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria arfada, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.”
Li esse texto em Laços de Família, e veio então a memória do documentário Falcão, meninos do tráfico. Lembrei de uma cena marcante, na qual um menino adolescente descreve a fragilidade e efemeridade de sua vida. Um dia depois li esse trecho em Clarice: “Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma”
Lembrei do menino, pensei na luta da galinha pela vida, a comparação de realidades que deveriam ser tão distantes. Mas ele é um ser vivo, a galinha também.
Não sei o que mais pensar depois disso...
Lembrei na minha dor e questionei como posso sofrer uma dor solitária, enquanto um mundo ainda mais solitário morre em condições subumanas. Lembrei como minha dor, gerado pelo amor que sinto por eles que se foram pode ser transformada em ações de caridade, amor e doação.
Já estava esquecendo, para completar esse quadro de momentos de revelações, fui assistir uma peça-protesto contra a violência. Um grupo de jovens atores que se juntaram para protestar contra os vários tipos de violência, e mais uma vez lembrei da galinha, da efemeridade, do menino, da morte. A peça mostrou que a omissão também é uma violência cruel, e que nos agride diariamente como uma bala perdida.
Em meio a tantas revelações, momentos epifânicos, reli meinino à bico de pena e pensei mais uma vez nesse menino do tráfico, e como eu poderia escrever uma história diferente. Percebi que um gesto amigo foi fundamental para a mudança em meus pensamentos. Em meio a minha dor, e a convulsão de idéias, alguém simplesmente mostrou que eu era importante, e como toda minha dor poderia se tranformar em vida.
Volto a respirar, a desejar vida para mim e para os outros. Não vou deixar minha dor fazer de mim alguém cego e amargo, sei que tenho muito para dar aos que não são vistos, e estão esquecidos pela sociedade.
Comentários
me dando a resposta. Sei lá pq q não até podemos fazer amizade por email, Me Chamo Valdemar eu tenho 20 anos, moro em SP, sou homossexual, estou sozinho, moro com amigos e estou batalhando atraves de muito trabalho e muita fé o meu futuro.
Espero seu contato.