Janelas

Abrir as janelas ... é isso! Não quero mais esse cheiro mofado de amores não correspondidos. Não quero mais esse cara amassada de quem quer se guardar do mumdo e se proteger de si mesma.
Preciso abrir as janelas, deixar o ar entrar, alguns feixes de luz. Mas o dia não contribui... hoje está nublado e tenho o ímpito e desejo profundo de novamente fechar a janela. O cenário não é muito diferente do que tenho visto aqui dentro. Tons de cinza, papéis voando na calçada vazia, o velho atravessando a rua com os passos lentos de quem não tem mais esperanças.
Preciso abrir as janelas que estão trancadas, para que esse realidade possa ser invadida por algyum tom diferente, um pouco de claridade já mudaria as coisas por aqui.
Abro as janelas, deixo o som de um cachorro irritante na vila vizinha entrar , e com ele vão adentrando , sem pedir licença, sons de vida também. Crianças gritando na escola aqui perto. Sons de carros, buzinas, de trabalhadores em uma pequena obra. Sons que se misturam e novamente me dão medo, medo da correria da vida, dos enganos, das pressões, exigências, desencontros, beijos apressados e gelados.
Volto minha atenção para dentro do apartamento, fujo de tudo que apresenta ameaça.

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