Noites com Jazz...

Estou em meu quarto, com uma bela rosa em minha mesa. Olho para a rosa e escuto um pouco de Ella Fitzgerald. Não sei o que fazer nesse momentos, não sei como lidar com sentimentos não correspondidos.
Não queria ouvir jazz hoje e nem queria receber flores de quem não amo. Não sei fingir que não sinto falta de um amor legítimo.

LEMBREI DE ALGO QUE ESCREVI SOBRE MINHA ÚNICA PAIXÃO

"Ontem vi seus ombros...

Quando nada mais me lembrava você e a
Vida passava na velocidade de sempre, eu vi você,
Ou melhor, vi seus ombros, que traziam a memória seu jeito de rir das coisas.
De balançar o corpo inteiro, os braços,seus lindos ombros.
Em meio ao meu cotidiano isolado e sozinho, fui surpreendida por seus ombros,
Com a mesma distância, a mesma força e segurança. E com ele eu revivi a lembrança de seus braços e abraços longos, um corpo que balançava no mesmo ritmo descompassado. Seu movimento de menino grande, brincalhão, desajeitado. Lembro de como esses braços me envolviam e me faziam segura, querida, amada, menina.
Ontem vi seus ombros, e como em toque de mágica fechei os olhos e vi você.
Suas mãos de pianista, ágeis e fortes. E com elas seu jeito de falar com os gestos, de tocar e gerar vida, cor, e som.Você é quem deveria se chamar alegria!
Persigo aqueles ombros como se fossem seus, pesquiso a nuca, o mesmo jeito, o corte de cabelo.
Acabo me comportando como se estivesse enlouquecida, e percebo então que não é você.
Os ombros se viram e me deparo com olhos sem brilho, sem amor. Descubro que sinto falta no só do seu corpo magro, mas do seu jeito de me olhar. Do seu sorriso largo, dos seus doces lábios. Das suas tentativas frustradas de me fazer surpresas, do seu jeito de cuidar de todos e do mundo. Seu jeito acolhedor e protetor.
Ontem vi sua nuca, seus ombros, braços, mãos e quis que fosse você."

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